No início da década de 1950, circulavam no Rio de Janeiro, ainda Capital Federal, 18 jornais diários, sendo 13 matutinos e 5 vespertinos. Em todo o Brasil existiam 230 jornais diários.
De volta ao poder, agora eleito democraticamente, Vargas enfrentou ferrenha oposição da imprensa. Para romper o cerco contra o seu governo e estabelecer um novo canal de comunicação, ou propaganda, com as massas, propôs a Samuel Wainer a criação de um jornal. Assim nasceu a Última Hora, em 12 de junho de 1951.
Com um projeto editorial inovador, a Última Hora teve um sucesso imediato: em seis meses de existência tinha atingido uma tiragem de 50 mil exemplares, e, em um ano, já vendia mais de 100 mil às segundas-feiras. O vespertino criado por Wainer dirigia-se especialmente às classes populares, mas não exclusivamente a elas. Segundo o Ibope, o jornal tinha penetração em todas as classes sociais.
O Dia foi fundado poucos dias antes, em 5 de junho, por Antônio de Pádua Chagas Freitas. Líder do Partido Social Progressista (PSP) no Rio de Janeiro, Chagas Freitas era então co-proprietário de A Notícia, ao lado de Ademar de Barros, líder nacional do partido. Ademar de Barros e Chagas Freitas utilizavam A Notícia e O Dia para garantir as bases da candidatura do primeiro à presidência da República nas eleições de 1955.