Em 1964, mais uma vez a imprensa desempenharia um papel crucial no desenrolar dos acontecimentos políticos. A maior parte dos grandes jornais, com exceção da Última Hora, apoiou a ação dos militares que levou à deposição do presidente João Goulart. Nesse sentido, ficaram famosos os editoriais “Basta!” e “Fora!” do Correio da Manhã, publicados, respectivamente, nos dias 31 de março e 1º de abril de 1964.
O mesmo jornal, no entanto, logo passaria a denunciar as arbitrariedades dos militares e, particularmente, aquelas cometidas pelo governo de Carlos Lacerda na Guanabara, como nos editoriais “Terrorismo, não!” (03/04/1964) e “Basta: fora a ditadura!” (31/04/1964). As primeiras denúncias de torturas praticadas pelo regime militar seriam feitas pelo Correio da Manhã ainda em abril, poucos dias depois do golpe.