Trabalho apresentado no XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – BH/MG – 2003
No fim dos anos 1970 o termo “trabalhador” tinha um significado político que agregava uma série de categorias profissionais distintas, como metalúrgicos e jornalistas. O “Novo Sindicalismo”, cujo marco fundador foi à greve metalúrgica do ABC, em 1978, aproximou jornalistas de um determinado conjunto de forças da sociedade, que materializou sua identidade política, primeiro com o surgimento do Partido dos Trabalhadores e depois com a fundação da Central Única dos Trabalhadores.
SILVA, Maria da Graça Bernardes e
O tempo dos horários-limites (deadlines) nos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo
O fotojornalismo é responsável por uma das maiores transformações na imprensa desde seu surgimento. Resultado, graças ao cinema, da introdução e incorporação da imagem em movimento no cotidiano das pessoas, pela primeira vez imagem e notícia se amalgamam, formando uma linguagem nova, o fotojornalismo. Nesta exper iência vão estar assentadas todas as futuras relações da imagem com a notícia, em especial a televisão. Desde o seu surgimento esta nova linguagem vai promover uma inusitada transformação nos meios de comunicação e encontrar seu espaço privilegiado nas revistas ilustradas. No Brasil o fotojornalismo chega pelas páginas da revista ilustrada O Cruzeiro que se mantém líder absoluta no mercado até o final da década de 1950, quando Manchete começa a ganhar espaço, sem entretanto alcançar jamais o sucesso que a concorrente tivera no passado. Este trabalho se debruça sobre estas duas revistas ilustradas comparando sua linha editorial e o fotojornalismo nelas publicados durante os governos Juscelino Kubitschek e João Goulart. É neste curto período que afloram as mudanças sociais, econômicas e políticas que vinham tomando corpo desde o fim da república velha e se vislumbra a real possibilidade de transformação, através dos dois modelos de capitalismo que se sucedem no governo. Qual imagem de nação estas revistas buscam construir? Qual é a figura do brasileiro que elas retratam? Que interesses estão em jogo neste momento e até que ponto estas revistas podem se apropriar do discurso fotojornalístico para veicular a sua versão na consolidação da identidade nacional? E quem é o autor destas fotografias, com que instrumentos exerce sua função e qual era a relação dele com estes meios?
SIQUEIRA, Carla
O sensacional, o popular e o populismo nos jornais Última Hora, O Dia e Luta Democrática no segundo governo Vargas (1951-1954)
Trabalho apresentado no XXVI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – BH/MG – 2003
Última Hora, O Dia e Luta Democrática abriram espaço aos temas, preocupações e aspirações populares fazendo valer a imagem de “defensores do povo”. Esta imagem foi, para estes jornais, o seu patrimônio mais precioso – ainda que não fosse exclusividade deles, pois, com maior ou menor intensidade, outros periódicos também posaram como “advogados” das classes populares. Lapidada dia após dia – através dos serviços efetivamente prestados pelos jornais, mas também por um esforço retórico dos mesmos - a imagem de “defensores do povo” objetivou construir a legitimidade destes meios, bem como a das lideranças às quais estavam ligados.
Analisa o conteúdo do Jornal Nacional na cobertura das eleições presidenciais de 2002 e 2006. Verifica qual foi o papel do maior telejornal do Brasil nas duas eleições. A partir de conceitos e modelos de pesquisa desenvolvidos pelos principais Institutos de Mídia e Política do Brasil, reúne elementos quantitativos e qualitativos para identificar a construção pelo Jornal Nacional do cenário político das eleições. A pesquisa revelou um equilíbrio quantitativo na cobertura do telejornal em 2002 e em parte da campanha de 2006, mas mostrou também a desconstrução de candidatos por meio do noticiário. A discussão em torno do papel do Jornal Nacional começa necessariamente pela discussão do desempenho do noticiário e da Rede Globo durante outros momentos politicamente fortes desde a ditadura militar, portanto a pesquisa relata episódios e mostra aspectos do relacionamento entre televisão e o poder político no Brasil.